Com baixo custo e menos risco, IBRX supera retornos do Ibovespa e maioria dos fundos de ações

A equipe de research da Portfel Consultoria processou os dados de rendimentos histórico do IBRX e do IBOV para ver o quanto essa diferença representaria no seu bolso. Os resultados são impressionantes, com o IBRX rendendo praticamente o dobro do IBOV nos últimos vinte anos. Enquanto o IBOV teria produzido um retorno de 655%, o IBRX entregou 1.282%, uma diferença de 626%.
Em dados anualizados, isso equivaleria a um rendimento de 14,03% do IBRX contra meros 10,64% do IBOV, um acréscimo de 3,39% ao ano. A tendência se mantém nos diversos períodos que foram calculados, incluindo uma diferença de 1680% entre IBRX e IBOV quando pegamos o período que vai de janeiro de 1995, logo após o surgimento do IBRX, e janeiro de 2022. Enquanto o primeiro teria produzido um retorno de 4.017%, o segundo ficou preso nos 2.337%.
Num período mais recente, de dez anos, a diferença dos retornos anualizados é igualmente relevante, com o IBRX rendendo 8,44% contra 6,12% do IBOV, uma diferença de 2,32% ao ano. Nos últimos três anos, que incluíram o crash causado pela pandemia de Covid-19, o IBRX produziu 5,83% ao ano contra 4,82% ao ano do IBOV, acumulando uma diferença de cerca de 1% a mais por ano.

Capitalização é o verdadeiro consenso

Considerando que tanto o IBRX quanto o IBOV visam refletir o retorno médio do mercado nacional, como podemos explicar essa diferença tão grande e consistente nos retornos de ambos? Bom, a grande questão é que o IBRX reúne as 100 maiores empresas da bolsa brasileira pelo critério de capitalização de mercado, o que obriga o índice a refletir, de forma mais concreta, o consenso do mercado.
A questão toda, embora pareça complexa, é bastante simples. A capitalização de mercado de uma ação nada mais é do que o valor total das ações disponíveis multiplicado pelo seu preço atual. Dessa forma, quanto mais o mercado, como um todo, se dispõe a pagar o preço corrente por uma determinada ação, mais seu preço e sua capitalização sobem. Por outro lado, conforme o mercado como um todo se dispõe a vender aquela ação a preço corrente, mais seu preço e sua capitalização caem.
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Na prática, ao construir um índice de mercado em torno desse princípio, os retornos tendem a refletir de forma muito mais adequada a visão do mercado como um todo. Ao contrário do IBOV, o IBRX vai removendo empresas conforme elas perdem valor e aumentando sua participação conforme elas ganham valor. Esse detalhe, que parece trivial, é que o explica a sua performance muito superior.
Ainda nesse sentido, é importante notar que o índice é recomposto quadrimestralmente para refletir os novos posicionamentos do mercado, o que ocorre tanto no IBRX como no IBOV. Isso significa que, no agregado, um índice como o IBRX está constantemente se readequando à nova realidade econômica do país e das perspectivas de lucros futuros das empresas. Isso traz uma implicação muito importante.
Digamos, por exemplo, que empresas do setor de varejo tenham seus lucros fortemente afetados, como ocorreu na pandemia de Covid-19. Isso faz com que o preço atual dessas ações caia fortemente, visto que o risco de um retorno muito ruim no futuro aumenta bastante. Isso gera uma perda de capitalização de mercado dessas empresas e desse setor como um todo, ao passo que outros ganham força.
Num índice como o IBOV, a liquidação generalizada dos papéis de empresas de varejo tende a fazer com essas ações cresçam de proporção no índice, em relação ao tamanho que outras, que estão se saindo melhor. No IBRX, a perda de capitalização desse setor e o ganho de capitalização de outros setores teria um efeito muito mais forte na composição do índice, garantindo perdas menores e um retorno provavelmente mais alto.

Mais retorno por menos risco

Como podemos ver, historicamente o IBRX produziu retornos muito mais altos e oferece uma exposição bem mais concreta ao mercado de capitais nacional. No entanto, pode-se argumentar que esse retorno adicional seria explicado por um grau mais alto de risco, medido pela volatilidade em relação aos retornos médios. Logo, o grau de desvio padrão da média do IBRX seria mais alto que do IBOV, e isso se refletiria em retornos mais altos.
Entretanto, nossa análise mostra que além de oferecer um retorno mais alto, o IBRX de fato tem um risco menor que o IBOV para os períodos de vinte e sete anos, vinte anos, quinze anos, dez anos, cinco anos e três anos. Isso se explica, em grande parte, pelo fato de o grau de negociação de uma ação não é um risco com potencial positivo. Logo, ele aumenta o risco sem entregar nenhum prêmio adicional por isso.
Vamos aos dados compilados pelo research da Portfel Consultoria. No período total, de janeiro de 1995 a janeiro de 2022, o IBRX apresentou um desvio padrão anual de 29,96% e o IBOV, 33,21%. Entretanto, o IBRX entregou um retorno anual de 14,79% contra 12,57% do IBOV, uma diferença anual de 2,22%.
Em vinte anos, o IBRX teve um desvio padrão de 26,54% e o IBOV, de 28,01%. Contudo, o IBRX entregou 14,02% contra 10,62% do IBOV, uma diferença de impressionantes 3,40% a.a. A tendência se mantém nos demais períodos, com o IBRX apresentando um desvio padrão inferior e retornos mais altos, conforme mostra a tabela abaixo:
Com um desvio padrão que é, na média 1,24% mais baixo, e um retorno que é, na média, 1,95% mais alto, o IBRX claramente se mostra uma opção muito mais interessante para quem deseja investir no mercado nacional de forma sistemática, segura e barata.
Com um desvio padrão que é, na média 1,24% mais baixo, e um retorno que é, na média, 1,95% mais alto, o IBRX claramente se mostra uma opção muito mais interessante para quem deseja investir no mercado nacional de forma sistemática, segura e barata.

Benchmark de respeito: IBRX supera cerca de 90% dos fundos de ação

Embora seja muito comum ouvir que um índice passivo, como o IBRX, não consegue retornos interessantes frente a estratégias de gestão ativa, onde uma pessoa ou equipe constrói a própria carteira de ações, os dados mostram uma realidade bem diferente. Tomando como base o relatório Scorecard SPIVA Latin America 2022, o que podemos notar é que em todos os horizontes de tempo, a maioria dos fundos ativos perdem para o benchmark (S&P BMI Brazil) e para o IBRX.
Especificamente, nos períodos de três, cinco e dez anos, os fundos de gestão ativa foram superados pelo S&P Brazil BMI em 69,20%; 78,86% e 88,49% das vezes. Nos períodos de um ano e no retorno em 2022, com fechamento em 30 de junho de 2022, foram superados em 57,54% e 57,19% das vezes. Em todos esses cenários, segundo levantamentos da equipe de research da Portfel Consultoria, o IBRX obteve um rendimento superior ao do S&P Brazil BMI.
O IBOV, embora tenha vencido o S&P Brazil BMI nos períodos de três, um ano e retorno em 2022, obteve retornos menores nos períodos de cinco e dez anos – nesse último, com um retorno 1,31% mais baixo ao ano. Os dados compilados pela equipe de research da Portfel Consultoria estão incluídos na tabela abaixo:
É relevante notar que o índice S&P Brazil BMI, diferentemente do IBOV, é formulado de maneira a incluir empresas de pequena e média capitalização de mercado, que são popularmente conhecidas como small caps e mid caps. Isso oferece um grau adicional de diversificação, que ajuda a explicar os retornos mais altos obtidos pelo índice. Entretanto, é fundamental lembrar que o IBRX, por reunir as cem maiores empresas de um mercado pequeno, também oferece exposição a essas empresas de menor porte.
Um levantamento interno, que tomou como base a composição das carteiras do índice small caps da B3 (SMLL), para o dia 21 de novembro de 2022, revela que cerca de 50% dos ativos que compõe esse índice estão presentes no próprio IBRX. Obviamente, com uma representatividade muito menor na composição total, visto que não se trata de um índice focado em empresas de menor capitalização.
No entanto, como essas ações small caps e mid caps são incluídas em função da sua capitalização total, ou o grau de consenso do mercado como um todo sobre sua qualidade, o efeito é de um retorno de melhor qualidade no curto, médio e longo prazo. Vale lembrar, além disso, que o foco do índice não é no fator tamanho, fazendo dele uma escolha não muito interessante para quem está buscando maior exposição a essa característica.

Como investir no IBRX?

Se você tem interesse em atrelar uma parte do seu patrimônio ao IBRX e capturar, de forma passiva, o prêmio da renda variável brasileira, isso pode ser feito de maneira bem simples. Lembrando que isso não é uma recomendação de investimentos, o caminho mais fácil é através de um ETF, um fundo negociado diretamente na bolsa de valores e acessível a qualquer pessoa com conta em uma corretora.
A opção mais tradicional é o iShares IBrX Indice Brasil (IBrX-100), que pode ser adquirido através do código BRAX11. Esse é um ETF mais antigo, lançado em fevereiro de 2010, com custo anual de 0,20% e sem taxas de performance. Uma outra opção de ETF é Bradesco IBRX 100, que tem o mesmo custo e não possui taxas de performance, mas tem bem menos tempo no mercado.
Além dessas opções, investidoras e investidores podem buscar fundos de investimento que são negociados diretamente por corretoras ou bancos, embora essas opções tendam a vir com taxas de administração muito mais altas, na casa dos 1.5% - isto é, mais de sete vezes mais caras que um ETF. Esse custo adicional, obviamente, terá um impacto muito grande no resultado final dos investimentos.
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